Crónicas Matinais

[ sexta-feira, maio 30, 2003 ]

 

O vinho é que induca; e o fado é que instroi


Ana [5/30/2003 02:26:00 da tarde]

[ quarta-feira, maio 28, 2003 ]

 

Calha bem que até nem estou em Portugal e, se estivesse, nem estava em Lisboa. Assim nunca me tentaria a ir e a ter um ataque alérgico!
Vem isto a propósito de um post da minha querida Charlotte. Ela diz, como podem ler, que a próxima pérola do já mítico " É a Cultura, Estúpido!" conta ( pelos vistos como é habitual) com excelsos e ilustres bloguistas. Eu deles gosto de todos ( quer dizer há um que me faz entrar em convulsões pelos piores motivos) , agora...a rapariga que vai moderar ...são outros quinhentos.
A rapariga ( ide lá ver o nome dela que eu nem o nome consigo escrever sem me coçar ) pode ser bonita, que é; pode ser esperta ( como eu costumo dizer dos cachorrinhos e assim...) ; e até pode saber falar ( se estiver escrito, digo eu, que tenho má vontade com a "piquena"). Mas só a presença dela me provoca urticária.
Não sei se leram ( espero bem que sim! ) os maravilhosos contos de Tchékhov. Um dos meus preferidos, Kachtanka, conta a história de uma cadelinha muito especial. [ Esperem , não vou chamar isso à mocinha!, sou bem educada e, além disso, gosto de cães. ]
Ora essa cadelinha tinha um problema com música. E que passo a transcrever justifica a referência; atentem:
(...)" Estava a falar nestes termos com ela quando ribombou , de súbito, a música. Kachtanka virou a cabeça e viu que pela rua, directamente ao seu encontro, marchava um regimento militar. Como Kachtanka não suportava música, que lhe mexia com os nervos, desvairou-se e pôs-se a uivar. Para sua surpresa , o marceneiro ,em vez de se assustar , ganir e latir , esboçou um sorriso largo, tomou a posição de sentido e levou os cinco dedos à testa numa continência. Vendo pois que o dono não se impunha , Kachtanka uivou ainda mais alto e, fora de si, atravessou precipitadamente a rua para o passeio oposto."(...)
[ Tchékhov, contos de; Volume I; Clássicos-Relógio D'Água ]

Pois é isto que sinto quando oiço ou vejo a tal da rapariga . Não me podia pôr a uivar e a coçar , pois não???

Mas desejo que corra muito bem e que seja uma sessão memorável! Mai'nada.

Ana [5/28/2003 01:15:00 da tarde]

 

Bom dia!

Ontem estive doentita mas já estou melhor. Pronto já falei de coisas intimas-para assegurar a classificação "Dia-a-Dia" -e agora vamos a coisas sérias.
Eu não sou cobardolas. É que não sou mesmo!
Mas há coisas que não gosto que me façam tipo insultar-me e assim...
De maneira que desde o primeiro dia que li ... cof cof O Meu Pipifiquei maravilhada mas, lá está, não fiz referência alguma não fosse ele chamar-me "mula" ou um mimo do género.
Só que agora discute-se se o autor de tão arejado blog é um rapaz. E eu tenho a certeza que é. E mais, é não só um rapaz, como não é puto nenhum. Digo isto porque apesar de toda a linguagem alternativa culturalmente , ele escreve bem, é culto ( há maneiras muito óbvias e boas de manifestar cultura sem utilizar citações a torto e a direito ...) e, acima de tudo, inteligente. Pronto, há rapazes novinhos que são tudo isto, mas este rapaz nota-se que já viveu umas coisas. Sendo eu uma mulher do Norte, este blog não só não me choca como me estimula. Dá-me sempre vontade, depois de o ler, de dizer umas caralhadas e tal. Mas estou a guardá-las todas para quando for a casa para o S.João.
Ainda sobre este blog do momento, gostava de dizer que o que me encanita são alguns dos comentários. Acho que há cidadãos que não percebem a profundidade dos escritos e vão até lá descarregar palavrões , escatologias e fantasias sexuais. Estou convencida que o autor não aprecia os "cromos"; mas em Democracia tem de ser assim.
Como provavelmente ele não lê este meu blog , um de vocês que lhe diga , se fizerem favor, que eu escrevi sobre ele. É que, repito, eu não sou cobardolas...mas ando muito ocupada e não tenho tempo para lhe mandar um e-mail...
Em havendo resposta...ele que se atreva a insultar-me que vai ver; Ah pois! Eu não sou das que se ficam ... :)
E agora para finalizar esta reinação , esta barrigada de riso, vou dedicar uma imagem ao Pipi e este link ( não deixem as criancinhas clicar) Link não para meninos
Imagem:

Ana [5/28/2003 11:00:00 da manhã]

[ terça-feira, maio 27, 2003 ]

 

Bom dia!
Eu sou como os cachopos pequenos, se me disserem que não posso fazer isto ou aquilo...eu agarro e faço-o mais depressa. :)
Vem isto a propósito de dois e-mails que recebi , de dois leitores do blog, que me dizem que "abuso das imagens".Ora bem: uma pessoa faz no seu blog aquilo que bem lhe apetece! Passo os dias, as horas, a escrever feita maluquinha, sobre tudo e sobre todos, e depois gosto de desanuviar no blog, pá! Além disso , aprendi apenas há um mês a colocar imagens! Chiça!
Quereis mais texto e menos imagens? Ide ler os blogs sérios, valha-me D-us! Comprem os romances da Lídia Jorge! ( Confesso que estou a meter-me com um senhor , um excelso senhor, que tem um humor, quer dizer não tem humor nenhum, e que anda a chatear os gatinhos )

Sabeis o prazer que dá escarafunchar a grande teia global, à procura de imagens catitas? É coisa para demorar horas, senhores, horas! E ter horas de prazer não é fácil.
Além disso eu gosto de imagens. Por isso, meus queridos, se as imagens vos encanitam ...porta da frente serventia da casa; desemparem-me a loja, deslarguem-me, etc . :)
[ É tão bom viver em liberdade...]

E por falar nisso, a liberdade -na vida em geral e na blogosfera em particular- é uma coisa maravilhosa. Já sabemos que os blogs funcionam com o sistema de trocas. Dizes bem de mim, eu digo bem de ti e, se estiver bem disposta, faço-te um link. É bonito!
Claro que isso resulta melhor se se fizer muita publicidade a nós próprios e assim. Eu, para além de preguiçosa , sou tímida. Por isso, meus amigos, em nome da liberdade de expressão, peço-vos que me façam publicidade!!! Eu cá estarei para retribuir .
Para vos ajudar na tarefa posso- só mesmo para ajudar que sou, recordo, tímida e, já agora, modestíssima- posso, dizia, apontar os pontos que deveis encomiar:

- Sou muito limpinha; chego a tomar banho três vezes por dia , especialmente nos dias mais quentes;
- Praticamente não dou erros graves de português, tirando um ou outro lapso alheio à minha vontade;
- Tenho uma beleza alternativa, o que é bom porque sempre é original!
- Escrevo muito bem à máquina e sei utilizar micro-ondas como ninguém!
- Tenho casa própria e não devo nada ao fisco;
- Nunca fui indiciada nos casos: Moderna; Casa Pia; Felgueiras;
- Falo francês e toco piano;
- Sei ler e leio!
- Sei o significado de palavras difíceis como : heteromórfico, exocrânio, crurifrágio, calembur, aguabresa, espeque, pexote, saxátil, velicativo,xifosuros, etc; palavras que não uso porque , lá está, sou tímida e modesta;
- Não abuso da sorte.

Por tudo isto, meus amigos, façam-me lá a publicidade a ver se isto desenvolve sim? Muito obrigada!

E agora algo completamente diferente do habitual :

Ana [5/27/2003 10:21:00 da manhã]

[ segunda-feira, maio 26, 2003 ]

 


Mignonne allons voir ...

Mignonne, allons voir si la rose
Qui ce matin avoir desclose
Sa robe de pourpre au Soleil,
A point perdu ceste vesprée
Les plis de sa robe pourprée,
Et son teint au vostre pareil.

Las! voyez comme en peu d'espace,
Mignonne, elle a dessus la place
Las ! las ses beautez laissé cheoir !
Ô vrayment marastre Nature,
Puis qu'une telle fleur ne dure
Que du matin jusques au soir!

Donc, si vous me croyez, mignonne,
Tandis que vostre âge fleuronne
En sa plus verte nouveauté,
Cueillez, cueillez vostre jeunesse :
Comme à ceste fleur la vieillesse
Fera ternir vostre beauté.

[Pierre de Ronsard ]

Ana [5/26/2003 05:43:00 da tarde]

 

E ainda [ para a Zazie]


Ana [5/26/2003 04:44:00 da tarde]

 



Ana [5/26/2003 04:35:00 da tarde]

 

E estes:








Ana [5/26/2003 04:03:00 da tarde]

 

E gosto destes rapazes ou uma no cravo outra na ferradura



Ana [5/26/2003 02:49:00 da tarde]

 

Manifesto

- Só gosto de quem sabe; mesmo. E não de quem diz saber.
- Não gosto de perder tempo. - Gosto de aprender.

E passo horas, no Louvre , a olhar para o belo


Ana [5/26/2003 02:32:00 da tarde]

 

Bom dia!

A Charlotte pede-nos para acordarmos, caramba! Tem razão. Já vão sendo horas, apesar de eu ter dormido mal , e, o que é pior, pouco. Não. Estou a brincar. Acho que ela tem razão.
Vou dar a minha opinião sobre o caso Casa Pia e sobre as mediáticas detenções : confio totalmente na justiça Portuguesa. E sendo espiritualmente judia não acredito em vacas sagradas...

[ Sem querer alongar-me mais, porque acho que não tenho muito mais a acrescentar sobre o caso , gostaria de dizer que me comoveu o facto de Alberto João Jardim ter vindo a terreiro solidarizar-se com o PS...não sei o que quer dizer, mas comoveu-me! ]

Agora sobre Cannes:
A Palma de Ouro do festival de cinema de Cannes foi para o filme "Elephant", do norte-americano Gus Van Sant, que recebeu também o prémio de melhor realizador.
Está bem. Eu normalmente não acerto e não ...
Mas não me surpreende que um prémio francês seja dado a mais um filme que belisca os EUA. Não estou a criticar o filme, atenção! Estou só a constatar uma evidência.
Além disso de que é que estavam à espera? que o prémio fosse dado apenas a pensar na sétima arte não? Não sejam ingénuos... :)

Sobre génios e poesia:

Dying Speech of an Old Philosopher


I strove with none, for none was worth my strife:
Nature I loved, and, next to Nature, Art:
I warmed both hands before the fire of Life;
It sinks; and I am ready to depart.


[Walter Savage Landor]


Sobre o belo:


Ana [5/26/2003 11:41:00 da manhã]

[ sexta-feira, maio 23, 2003 ]

 

Retrato cá da artista enquanto jovem


Ana [5/23/2003 05:11:00 da tarde]

 

Just Because...


Ana [5/23/2003 04:01:00 da tarde]

 

Estava aqui a espanar o pó aos cacos e, em jeito de pausa, espreitei alguns blogs. Há um de que me falam muito, mas ao qual eu vou pouco, não porque não aprecie mas porque o tempo é curto e há que fazer escolhas.
Estou a falar do divertido B. dos Marretas. E então li lá que , para eles, os portuenses e portistas são grunhos e que quem entrou na festa da conquista da taça é igual. Se não foi isto , foi quase.
Quero aqui dizer , ao blog, e aos apoiantes desta teoria tão estimulante, que entendo. Perfeitamente. Há coisas que não são para quem quer, mas para quem pode.
E mais, cada vez que figuras míticas, olha por exemplo o Nelson Rodrigues!, e que eu admiro, têm orgulho em ostentar o seu amor ao futebol, e aos seus clubes, eu me sinto mais no caminho certo. A imaginação, tal como o dislate, não tem limites...
No hard feelings...

Ana [5/23/2003 01:00:00 da tarde]

 

Bom dia!

Na minha casa discute-se Portugal, estereótipos e opiniões estrangeiras. Uma discussão sempre apaixonante.
E também os blogs.

E o Gato continua às turras com a Infame . O assunto é o mesmo: Nelson Rodrigues.

Eu , confesso, gosto muito de Nelson Rodrigues. Claro que , sendo ele apenas mortal ( tanto que já morreu), não deixou de cometer erros. A discussão, nos dois blogs , prende-se com um desses erros. Pelo menos para mim foi um erro. E é um erro concreto, bem documentado, um facto inegável. Nelson Rodrigues, o maior dramaturgo brasileiro apoiou a(s) ditadura(s) militare(s) nos idos anos 70, no Brasil. Ele próprio nunca o escondeu; ele próprio , tal como fez Borges, por exemplo, explicou o que o levou a defender um regime que prejudicou os seus amigos e o seu próprio filho . Como sabem ( ou deveriam saber), Nelson Rodrigues foi um homem muito polémico, de direita ,e que revolucionou a sociedade da época. E não só a brasileira. Eu amo-o mais pelos livros, pelo teatro que escreveu ,pelos romances, contos e crónicas que deixou. Era, foi, um obsessivo. E deixou frases e ideias que marcaram a língua portuguesa, com ou sem sotaque.
Na contenda entre os dois excelsos dos dois blogs, está o facto de se saber se Nelson apoiou, de facto, ou não, a ditadura militar. A mim deu-me vontade de rir, ou melhor, de chorar , a dúvida!
Eu, admito, sou de direita; ou melhor, não quero nada com a tradicional esquerda. Mas isso não faz de mim nem cega, nem surda...e muito menos muda; pelo contrário.
O Nelson Rodrigues apoiou sim a ditadura militar!; Nelson Rodrigues acreditava no regime, mas isso também não quer dizer que defendesse toda e qualquer acção desse tipo de regimes. Ele apoiou-o mas sempre foi contra a tortura e sempre defendeu os seus amigos das garras da pide lá do sítio. Quando o seu filho -que lutava contra o regime- foi apanhado e torturado ele tudo fez para o salvar. As suas irmãs contaram já, a quem quis ler, o que ele sofreu com essa situação e o que ele lutou contra ela.
Mas nunca deixou de-com coragem e, quiçá , de forma incompreensível- assumir que defendeu o regime militar. Já estava às portas da morte, muito doente, quando o voltou a afirmar, pouco antes do seu filho ser libertado. E o regime adorava Nelson Rodrigues, e ele usou essa admiração que o regime tinha por ele...para ajudar muitos amigos jornalistas, actores, músicos, etc. Aliás, nunca nenhum desses amigos se zangou com ele por causa das suas ideologias. Ele era um homem livre, que falava sem pudores e sempre com frontalidade. E quando assim é...
Isto é factual, histórico, etc. E, se que querem saber, para mim não lhe tira valor. Aliás, ele nunca quis ser um homem político no sentido tradicional do termo. A sua enorme importância foi , acima de tudo, expressa nas letras, no teatro, no jornalismo. Usá-lo como arma de arremesso político parece-me, e perdoar-me-ão , descabido.

E agora vou mas é contar uma anedota porque se me ponho a escrever coisas demasiados sérias ainda me trocam de categoria no blogo ,e eu gosto muito de ser "dia-a-dia" .

Portanto: O Capuchino Vermelho encontra o lobo mau na floresta e ele diz-lhe:
- Vou-te comer uma coisa que nunca ninguém te comeu...
E diz a Capuchinho:
- Olha, filho, só se for o cesto...

[ Eu sei, conto sempre esta anedota...mas gosto dela, pronto.É lasciva qb.]


Ana [5/23/2003 11:54:00 da manhã]

[ quinta-feira, maio 22, 2003 ]

 

História.
Estive a ler, rapidamente, os meus blogs de referência, como é moda dizer-se, e percebi que o excelsoAbruptoanda triste com a blogosfera porque cá há pouca história! É verdade.
Eu, que adoro outros tempos, estive a pensar...a pensar...e vou começar já aqui,e agora, a mencionar episódios históricos fundamentais para o mundo em geral, e para Portugal em particular.
Claro que para entrar na história de forma simpática de modo a não maçar ninguém, não é fácil; pelo menos para mim. Falta-me o engenho e a arte.
Mas como a sorte protege os audazes...cá vai:

Corria o Ano de 1834. Na primitiva vila de Estremoz, assinava-se a convenção que pôs termo à guerra civil entre liberais e miguelistas. Ora ( abrindo os braços à la prof.Saraiva e fazendo barulhinhos a engolir ) dá-se o caso dos trabalhos dessa convenção se alongarem de tal modo que os participantes , irados pela fome, começaram a protestar! Naquela época não havia , meus amigos, lojas de conveniência, nem supermercados,à mão! De maneira que, havendo apenas pão duro para comer, uns mais inteligentes, porque como diz a sabedoria popular, a necessidade aguça o engenho. , pegaram então nesse pão duro , juntaram-lhe o que havia: água, sal, coentros , alho e azeite e aí nasceu a famosa açorda alentejana!


Amanha ( ou depois) vou, em termos históricos, falar de Nelson Rodrigues, porque por causa dele os adoráveis Gatinhos andam pegados com os Infames

Ana [5/22/2003 06:02:00 da tarde]

 

Pronto. Não teve chiste o meu relato da vitória anunciada. Mas a crónica da minha amiga TricicloFeliz tem! Coisa mailinda!!!
E então se depois de lermos a crónica, passarmos os olhinhos pelo génio Umbilical, mais conhecido por "felizador" de triciclos, deste meu amigo...ficamos felizes também! Obrigada. Aos dois.



Ana [5/22/2003 11:46:00 da manhã]

 

Bom dia!
Crónica de uma vitória anunciada

Ora bem: não vi o jogo. Desde há uns anos que não vejo os jogos realmente importantes.Fico demasiado nervosa e prefiro só ouvir. Aliás, ao contrário do meu querido amigoMaradona eu adoro relatos. Papo-os todos. mesmo que seja um jogo entre os Moderados de paranhos( que agora, como se sabe, são músicos) e os Pernetas da Areosa. Adoro relatos.
De maneira que estava em casa com o rádio ligado e com o telemóvel em punho. Tinha combinado com o meu piriquito que comentariamos o jogo sempre que a emoção aumentasse, e estaria também em contacto com os meus pais e manos . Os meus pais estavam entre os " Vip" em Sevilha. O Derlei marca o primeiro e eu pimba! desato a telefonar a toda a gente ( durante o intervalo comi duas bolachas, fiz xixi, e levei as mãos, e telefonei várias vezes); o Celtic empata minutos depois e eu voltei a fazer e receber telefonemas à espera de solidariedade. Quando o Alenitchev marca o segundo eu já gritava, esperneava e, confesso, espumava de alegria. Liguei então para a minha mãe, para Sevilha, e quando estava a falar com ela...o Celtic empata! Ouvi o golo em directo, desde o Olímpico de Sevilha...e desatamos as duas a chorar. Foi muito triste. Mas, e como não se cansava de dizer o Fernando Eurico, na Antena 1, era preciso acreditar...e eu acreditei. Quando acaba o tempo regulamentar comecei no entanto, a esmorecer um bocadito. Tanto que fiquei sem fazer ou receber telefonemas uns largos minutos. Mas...quando o Derlei marca o terceiro...e logo depois a partida termina...eu chorei como gente grande! Reparem que não foi como uma criança, mas como gente grande. Fiquei tão feliz, tão feliz...que cuidei que explodia! Nessa altura liguei à minha mãe e a nossa conversa foi esta: - Eu :Mãe!...snif, snif, snif ... A minha mãe:- Ana...snif, snif, glup, glup, snif...Eu:- Pois, snif,snif, glip,ahahaha, snif, hihihi;Mãe:- Sim...snif, snif, glup, snif, snif...Eu:- O Porto, snif, a Taça, snif, snif, glup, glup...Mãe:- snif, snif, glup, o ...JorgeNuno...sentiu-se mal...snif, snif, glup, glup...até...snif ,snif ...Eu:- Oh!..snif...glup... fim do telefonema
Esta foi, meus amigos, uma das "conversas" mais emotivas e fortes, que já tive com a minha amada mamã! Depois, à conversa com uma das minhas manas, ela contava-me que o meu sobrinho, de apenas seis meses, também já vibra com a bola: gritou no segundo golo, fazendo coro com a mamã dele!!!! Foi uma noite que jamais esquecerei!
Hoje, já mais calma,vou racionalizar mais...porque tenho de provar que valeu a pena todos os diplomas, mestrados e o doutoramento, ou seja, que a vida não é só a...bola! :)
Viva o Porto!!!

Ana [5/22/2003 11:11:00 da manhã]

 

Mais Poesia


Ana [5/22/2003 09:59:00 da manhã]

 

Poesia


Ana [5/22/2003 09:04:00 da manhã]

[ quarta-feira, maio 21, 2003 ]

 

Para já está tudo a correr bem!

Estive a ouvir as rádios portuguesas e , sinceramente, acho que a maioria dos portugueses-independentemente de amarem outros clubes- está hoje a torcer pelo FCP. Até me comovi, a sério!

E também me comovi porque, graças à minha paixão por James Joyce, o excelso Abrupto reparou cá no blog. Obrigada!!


E então o Hino...

Ana [5/21/2003 12:12:00 da tarde]

 

Bom dia! Grandioso Dia!


Ana [5/21/2003 10:11:00 da manhã]

[ terça-feira, maio 20, 2003 ]

 

A minha mensagem para os celtas


Ana [5/20/2003 01:49:00 da tarde]

 

Bom dia!

Diz que este é um blog de dia-a-dia. Está bem; confere. Mas aviso já que folgo ao fim-de-semana, que isto uma pessoa tem de descansar , justamente,das agruras do dia-a-dia. E depois porque há muita escada para limpar; muito soalho para encerar; muita roupa para passar e muito coturno para cerzir. E depois há as comprar no mercado; tratar das crianças, satisfazer o marido, e um ou outro amigo...enfim. A vida é dura! Não pensem que só a Nicole Kidman , no "Dogville" de Lars Von Trier é que sofre!
[ Dizem que este filme está encaminhado para vencer Cannes...eu dou a minha cabeça a cortar se assim for!...mas também admito que a minha costela de Maria Antonieta é grande...]

Portanto: uns badamecos celtas andam a grunhir por Sevilha que não sabem porque é que o F.C.P. se deu ao trabalho de lá ir, que aquilo são favas contadas ...
Eu sei dizer que nunca tive nada contra os celtas. Aliás, sempre gostei muito de rapazes de saia, porque sou pela liberdade de expressão e sexual e assim...
O que me encanita é a verborreia regada a malte. Eu seja ceguinha se aqueles holigans de trazer por casa não vão meter os rabinhos entre as pernas, uns dos outros, debaixo das sainhas plissadas ! Amanhã falamos mais sobre isto.

E então hoje é 20 de Maio. Primeiro aniversário da independência de Timor-Leste. Ontem, respeitando a diferença horária, já mencionei a importância da data, do dia.
O meu coração é timorense. E nós somos o que o nosso coração é.


Ana [5/20/2003 11:54:00 da manhã]

[ segunda-feira, maio 19, 2003 ]

 




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É quase amanhã em Timor Lorosae. E o amanha é 20 de Maio.
E o amanhã é para sempre.

Paz loron-loron, Timor Lóro Sae! Obrigada barak!

Ana [5/19/2003 04:32:00 da tarde]

 

Ai os sonetos!
Sonetos quer dizer " pequena canção" em italiano.Se já sabiam melhor, se não sabiam ficam a saber, que isto o saber não ocupa lugar. :)
E os italianos...ai ai.[ os sonetos!]
E então os sonetos italianos traduzidos na língua de Cervantes?
Pois bem: Clemente Althaus> um dos grandes do romantismo hispânico, em geral, e do Peru em particular.
Clemente Althaus escreveu um dia esta beleza:

Para solaz y sonsuelo
de los hombres infelices

hay el poema de Dante
y los de Homero sublimes,
y hay cuadros de Rafael
y la música de Rossini.


Escreveu-o em 1866. E chamou-lhe, a este a outros: " Lo Bueno De Este Mundo!."
Confere.

E traduziu os italianos que mais admirava. Traduziu, por exemplo, os sonetos de Petrarca a Laura; e os de Dante a Beatriz.

Saludo a Beatriz
Tan honesta parece y tan hermosa
mi casta Beatriz cuando saluda,
que la lengua temblando queda muda
y la vista mirarla apenas osa.

Ella se va benigna y humillosa
y oyéndose loar, rostro no muda
y quien la mira enajenado duda
si es visión o mujer maravillosa

Muéstrase tan amable a quien la mira
que al alma infunde uma dulzura nueva
que solo aquél que la sintió la sabe.

-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

Belleza de Laura

Volaba la dorada cabellera
a Laura que en mil nudos la envolvía,
y de los ojos el fulgor ardía,
como el sol en mitad de su carrera.

De su piedad, o falsa o verdadeira,
en el color de su rostro se teñía:
yo que al amor dispuesto me sentía,
?qué mucho fue que de improviso ardiera?

No era su leve andar humana cosa,
Sino de forma angélica y volante;
no mortal parecia, sino diosa:

Y al mirarla así sola semejante
por lo bella , modesta y pudorosa,
yo ser juraba su inmortal amante.



[ Os quadros são de Rafael, claro!]

Ana [5/19/2003 03:46:00 da tarde]

 

L'Avventura



Identificazione Di Una Donna



[Antonioni]

Ana [5/19/2003 12:06:00 da tarde]

 

Bom dia!

Recebi um e-mail de um senhor a dizer-me coisas tão bonitas, tão bonitas...que , confesso, até suspirei.
Mas depois percebi que tinha sido enviado pelo alter-ego do meu irmão mais novo e que o sacaninha estava a gozar comigo! Homens...pfff; nem os da família nos poupam!

Mas nem todos, há-os de bom coração e carácter. É o caso de Luís Oliveira. Este companheiro da blogosfera , que me deseja saúde e felicidades, e a quem eu agradeço e retribuo, sugere-me que, nos intervalos dos filmes, tente as vivências e contos de Maria Ezequiel. Foi o que fiz.
Obrigada!

Um outro e-mail , de uma menina simpática , também me deixou muito alegre. A menina , Lúcia Mendes, novinha de certeza, diz-me que gosta de ler o meu blog porque descobriu " filmes novos". Bem...novos, novos...não são! Mas acho adorável que os veja; e a todos! :)
Seja como for, e especialmente para a Lúcia, vou começar a colocar aqui filmes mais ... clássicos! [ hihihi]

E agora mais alegrias. Imensas.
A minha casa ganhou luz. E isso deixa-me muito feliz.
Já não preciso disto:



Ana [5/19/2003 11:48:00 da manhã]

[ sexta-feira, maio 16, 2003 ]

 

Juntar literatura com cinema.

Ver Joyce no cinema não é fácil. Por todas as razões possíveis, mas essencialmente porque é "infilmável". Em 1967, Joseph Strick realizou e produziu a primeira versão ( pelo menos que eu saiba) cinematográfica de Ulysses. Correu mal, muito mal. Depois , o mesmo Strick,em 1979, realizou o praticamente desconhecido filme, que também manteve o nome original, A Portrait Of The Artist As A Young Man.Há mais, mas não são bem filmes, mas já lá vou.
O Ulysses, de 1967, tem no entanto uma história curiosa: O filme foi censurado em 1967 pela censura irlandesa. Censurado , de resto, em todo o UK . Por ser "obsceno".
Nada de novo, já que o próprio livro foi, em 1922, banido pelas mesmas razões.
A "piada" , pardon pour l'expression, está no facto desse filme só ter sido visto, em Dublin, 33 anos depois de feito.
Mas, voltando à vaca fria, o filme é francamente mau. Isto porque , lá está, Joyce não é para quem quer, mas para quem pode. Penso, de resto, que Joyce é para ler. Em 1987, o último conto de Joyce no Dubliners, foi levado ao ecrã por John Huston. O filme : The Dead. E é um belíssimo filme.

Como já disse há mais experiências cinomatográficas Joyc(i)eanas . Como podem confirmar aqui

Lembrei-me disto tudo, porque James Joyce adorava cinema e foi graças a ele que a cidade de Dublin teve a sua primeira sala de cinema em 1909.

E, além disso, assim tenho desculpa para colocar aqui o seguinte :



E um pequenino, mesmo muito pequenino, pedaço de um dos livros que mais me apaixonou e continua a fazê-lo:

Ulysses

(...)Howth. Bailey light. Two, four, six, eight, nine. See. Has to change or they might think it a house. Wreckers. Grace Darling. People afraid of the dark. Also glowworms, cyclists: lightingup time. Jewels diamonds flash better. Women. Light is a kind of reassuring. Not going to hurt you. Better now of course than long ago. Country roads. Run you through the small guts for nothing. Still two types there are you bob against. Scowl or smile. Pardon! Not at all. Best time to spray plants too in the shade after the sun. Some light still. Red rays are longest. Roygbiv Vance taught us: red, orange, yellow, green, blue, indigo, violet. A star I see. Venus? Can't tell yet. Two. When three it's night. Were those nightclouds there all the time? Looks like a phantom ship. No. Wait. Trees are they? An optical illusion. Mirage. Land of the setting sun this. Homerule sun setting in the southeast. My native land, goodnight." (...)

Shalom!

Ana [5/16/2003 06:22:00 da tarde]

 

Bom dia!

Ontem, antes de entrar no cinema para ver o Matrix Reloaded , e porque a Belucci [é uma prendinha para os meus amigos] faz parte do elenco, uns amigos disseram-me que , no cinema, há mulheres míticas e que ninguém esquece. Claro que a conversa acabou por cair em strips famosos. Os mais novos, ou menos cinéfilos, falam-me logo na Basinger[outra prendinha que hoje estou generosa] no "Nove Semanas e Meia". Outros, mais entradotes, e seguramente mais cinéfilos, só podem concordar comigo; e concordar comigo é saber que foi esta rapariga quem fez o strip mais explosivo de sempre em filmes anglófonos




Depois volto cá para dar prendinhas às minhas amigas; vai é demorar um bocadinho porque estou com alguma dificuldade em encontrar fotografias do Woody Allen em pelo...

( Foi o melhor que consegui encontrar, para já )


Ana [5/16/2003 10:13:00 da manhã]

[ quinta-feira, maio 15, 2003 ]

 

Bom dia!

Diz que em Cannes as morenas estão a ganhar. Fico muito contente porque devo lá ir este fim-de-semana.
Reconheço que estas frases são um bocado fúteis. Mas apeteceram-me.
E agora, algo completamente diferente.

Não sei se se lembram que Rudyard Kipling , depois de uma estada nos Estados Unidos da América, escreveu o célebre poema " The White Man's Burden ". ( Pode lê-lo , por exemplo, aqui , caso não tenha o poema impresso, à mão.)
Numa altura em que muitos arrotam postas de pescada sobre Imperialismo, Colonialismo, etc, eu acho que se deveria recordar este poema. Primeiro porque é belíssimo, e depois porque, seguramente, podiam chatear os ingleses e deixar os americanos em paz! : ) [ este bocadinho contem uma enorme ironia; quem perceber percebeu, quem não perceber paciência...]

E por falar em Kipling , em jeito de missão, de fardo, eu também gostaria de fazer aqui uma perninha de serviço público.
Andei ontem a pesquisar os blogs , blógues, blogues, e encontrei muita coisa interessante. Mas também encontrei muito disparate.
Como a minha costela de mestre-escola está partida, não quero apontar o dedo.
Em vez disso , direi aqui umas coisitas, em jeito de ajuda para possíveis futuros testes de QI, tão na moda nos nossos dias.

A Fadiga crónica não é a versão moderna do famoso Spleen de Paris, imortalizado por Baudelaire; e muito menos o Gross Langeweille de Shopenhauer; e também não é L'ennui Atroce de Flaubert. E também quando os árabes falam de Kief, não se referem à fadiga, mas , e tal como muito bem descreveu o nosso Eça de Queirós : A uma inexpressividade da multidão; toda atacada de um "desmaio vivo", de uma "apatia idiota", lembrando um "vegetal".
Ou seja, todas estas palavrinhas significam tédio. Perigosas misturas de tédio. Der Grossen Ekel como diria Nietzsche.
Eu sou uma afadigada crónica. Mas o tédio , felizmente, não me pega.
Já quando começo a pensar nos tais "desmaios vivos" e em "vegetais"...confesso que lhes associo uma grande parte da sociedade, nacional e estrangeira.
E o tédio, confesso...entedia-me!.

Posto isto, volto à minha de vulgaris eloquentia ( é Dante) , para desejar um feliz dia a todos.

E como não quero que falte cá uma fotografia, escolho esta, que me vai dar o mote para o Grand Final...


Isto porque, apesar de ter coisas muito mais importantes em que pensar, eu , qual Scarlett O'Hara, respondo: Eu vou pensar nisso amanhã...

Ana [5/15/2003 10:50:00 da manhã]

[ quarta-feira, maio 14, 2003 ]

 







Ana [5/14/2003 02:48:00 da tarde]

 



[ Stephen Dedalus pisses into eternity...]


(...) "A cold lucid indifference reigned in his soul. At his first violent sin he had felt a wave of vitality pass out of him and had feared to find his body or his soul maimed by the excess. Instead the vital wave had carried him on its bosom out of himself and back again when it receded: and no part of body or soul had been maimed but a dark peace had been established between them. The chaos in which his ardour extinguished itself was a cold indifferent knowledge of himself. He had sinned mortally not once but many times and he knew that, while he stood in danger of eternal damnation for the first sin alone, by every succeeding sin he multiplied his guilt and his punishment. His days and works and thoughts could make no atonement for him, the fountains of sanctifying grace having ceased to refresh his soul. At most, by an alms given to a beggar whose blessing he fled from, he might hope wearily to win for himself some measure of actual grace. Devotion had gone by the board. What did it avail to pray when he knew that his soul lusted after its own destruction? A certain pride, a certain awe, withheld him from offering to God even one prayer at night, though he knew it was in God's power to take away his life while he slept and hurl his soul hellward ere he could beg for mercy. His pride in his own sin, his loveless awe of God, told him that his offence was too grievous to be atoned for in whole or in part by a false homage to the All-seeing and All-knowing." (...)



Ana [5/14/2003 01:03:00 da tarde]

 

Bom dia!

Este senhor deixou-nos há 5 anos


Mas são poucos os dias em que ele não me canta ao ouvido. Gosto particularmente quando ele me diz : I Get A Kick Out Of You ..., mas qualquer música, cantada por ele, é uma maravilha .

Ana [5/14/2003 10:12:00 da manhã]

[ terça-feira, maio 13, 2003 ]

 

A obra destes ilustres é magnífica:








E por ora fico por aqui...

Ana [5/13/2003 04:46:00 da tarde]