Vou ter muitas saudades de Carlos Carvalhas!
É um dos poucos políticos portugueses que me faz viajar.À borla.
Estive as duas últimas horas...em Cuba!
[ Já agora assino por baixo, se ele não se importar, este post ( Um elogio único ao PCP) de Rodrigo Moita de Deus no O Acidental ] Ana [11/26/2004 02:01:00 da tarde]
[ quinta-feira, novembro 25, 2004 ]
Ah...e nunca se esqueçam que se hoje podemos dizer todos os disparates que nos passam pela cabeça, isso também acontece porque nem todos os 25 de Novembro são iguais!
TPC:ler a história, entendê-la, para perceber melhor a "anedota" do post anterior. Ana [11/25/2004 04:37:00 da tarde]
Há bocadito, estava a roer uma côdea de pão e a beber uma pinga de água, alapada na cafetaria cá da casa, quando veio ter comigo um colega português. Um simpatizante do Bloco de Esquerda.
Afianço ,à cabeça ,a simpatia partidária do cidadão, porque, com ele, nunca falei de mais nada a não ser sobre isso.
Digamos que o cidadão, qual Elder , decidiu dedicar todo o tempo do mundo a pregar a doutrina que, acha ele, é a «melhor».
Mas eu hoje estou particularmente bem disposta: o FCP ganhou e tudo e tudo, de maneira que lhe dei alguma conversa, quanto mais não fosse para me divertir.
É que sempre me rio um niquito.Sou muita amiga de rir e não me canso de o repetir.
Ele deu à lingua,esmerou-se na escolha das palavras --esforço que lhe reconheço, agradecida -- e acabou, como acaba sempre, por me perguntar por que é que eu, o mais das vezes, nem sequer o quero ouvir. Seja qual for o assunto.
Ora, como estava (estou) bem disposta , não me apeteceu estragar-lhe a tarde explicando-lhe as realidades e evidências da vida e do mundo, de modo que me limitei a contar-lhe, em jeito de explicação, esta deliciosa --e tão acertada--anedota política ( que adaptei para o BE ) :
O Bloco de Esquerda organizou , numa pequena aldeia do interior, uma palestra sobre o tema: « O Povo e o Partido Unidos».
Não apareceu ninguém.
Uma semana mais tarde, foi anunciada uma nova conferência cujo tema era : « Os Três Tipos de Amor».
A sala encheu-se de gente. Lotação esgotada!
Quando chegou a hora , o orador principal levanta-se e começa: « Existem três tipos de amor: o primeiro tipo é o amor patológico. O amor patológico é mau e por isso não vale a pena falar dele. O segundo tipo é o amor normal. Ora, todos conhecemos o amor normal!, portanto também não vou alongar-me sobre o assunto porque isso seria uma perda de tempo.
Resta então o terceiro tipo de amor. O mais elevado tipo de amor : o amor do povo pelo partido e pela ideologia do partido!
E é sobre isso que vou discorrer mais detalhadamente...»
Espero que tenha percebido a "anedota".
Adenda: Peço desculpa por ter , inadvertidamente, ofendido os Hélderes do meu país; e do mundo. É que, tal como me chamaram a atenção este Helder e um outro que preferiu o anonimato, os Élderes a que me refiro não levam H. Levam fatos escuros, camisas brancas e gravatas às riscas. Mas H não! :) Ana [11/25/2004 02:59:00 da tarde]
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro
da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
Manuel Bandeira Libertinagem (1930)
In Poesia Completa e Prosa
Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1990
Pois. A srª D.Maria dos Prazeres , auxiliar de acção higiénica cá na minha chafarica multicultural, tem dois filhos ; um casalinho de gémeos.
Hoje, depois de vários meses de alegre convívio , descobri como se chamam os rebentos.
Heloísa e Abelardo!
Lacrimejei! Meu coração exultou-se. « Oh graça divina! Oh feliz ser humano sensível que te dedicas às limpezas ,com esmero e sacrifício, enquanto tua alma vagueia pelas delícias da história; pelos doces amores trágicos que fazem a identidade de tantos ; que te encantas com a poesia romântica e que deixas a tua dura realidade absorver o sonho; que lês , que divagas nas doces asas do desejo...» Pensei eu.
Tá bem abelha!
Diz que escolheu esses nomes graças a uma novela brasileira que dava na televisão enquando andava prenhe.
Sempre que os meus ouvidos captam os diálogos tidos na Assembleia da República , a propósito de Orçamentos de Estado e afins , fico com saudades daquele livro da Alice. Do outro lado do espelho.
Ouvir a lebre apressada e o chapeleiro maluco , em pleno plenário, deixa-me nostálgica.
Mas também tem a ver com o tom. Aquele je ne sais quoi de paraísos artificiais que trespassa o éter.
E o álcool. Dou a minha cabeça a cortar se aquela gente não vai para lá já meia grossa.
E o cheiro, ai o cheiro...
Está uma mocinha em casa , liga a rádio, e logo ela lhe empesta os ares com a fedência de um bedum entranhado .
Sim, porque esses "debates" primeiro entranham-se . Só que depois não se estranham.
É sempre a mesma merda...
No entanto, há por lá uns moços -- peritos em escaqueirar -- que eu curto. Bué. Não instruem , mas divertem.
Está um dos cidadãos a falar e tal : blá, blá, blá, a consolidação, a justiça , os pobrezinhos, etc, e logo outro toma a palavra. É bonito porque enceta-se logo ali uma espécie de diálogo quezilento que os dois pespegos tratam logo de repartir com a plateia e que alvoraça a populaça. Muito bonito.
Tá certo que são argumentos estreitinhos , mas justamente por isso merecedores de bojardas oposicionistas, imprecações ; respostas abruptas e virulentas.
Nenhum dos presentes se acachapa na poltrona e desatam todos a dardejar bestialidades ferinas.
Há mesmo uns que batem com os pézinhos . E o que eu gosto quando eles batem com os pézinhos...
Nisto já se passaram largos minutos de "debate" e é hora de me atascar de pipocas. Gosto muito de ver filmes, ou melhor , de os ouvir, atascadinha de pipocas e refrigerantes. Recatados hábitos, bem o sei...
Cabe aqui estabelecer um distinguo : como e bebo, é bem verdade, mas há debates onde vou mais longe. Foi o caso de hoje. Estava a gostar tanto, tanto, da peça teatral radiofónica, que não me coibi de esfurancar as narinas.
Mantendo ,no meu alvo rosto, o sorriso jucundo.
Gostei muito de um momento em que estava um dos moços a responder a um outro e nisto há um terceiro , um abelhudo, que interfere dizendo qualquer coisita . Nisto o moço que usava da palavra , malandrote, pergunta ao afoito que falava em tempo alheio : « Está a falar da Coreia do Norte ? é que não consegui perceber bem ...»
Bem...
Cuido que foi um puro exercício prático da tão proclamada fleuma britânica.
Eu por mim falo : a.d.o.r.e.i !
Só que o sketch não foi mais longe, com muita pena minha.
Tá certo, estes "debates" achavascados não servem para nada, mas, caramba !, assarapantam as almas.
O que é preciso é rir, minha gente, o resto...o resto é conversa da treta.
E eu sou muito amiga de rir...
[ Agora a sério: de tanto dizerem mal deste OE e vindo de quem vem as maiores críticas, estou convencida que este é o melhor orçamento dos últimos anos. ]
«Ficaríamos aterrados se tomássemos conhecimento da baixeza da maior parte daqueles que nos governam.»Talleyranda
Apertei a mão a Yasser Arafat duas vezes. Não tenho particular orgulho de o ter feito, mas a verdade é que o fiz.
Fui diplomata. A diplomacia é, grosso modo, apertar a mão a quem gostaríamos de apertar o pescoço.
Tinha escrito um texto longo, provavelmente chato, mas sincero, até sofrido, sobre Arafat.
Quando o terminei fiquei triste. Comigo.Porque eu sei que não se deve bater em quem já está no chão, mas , às vezes, é-me impossível não o fazer. Apaguei o texto e fiquei à espera que pessoas mais sensatas o fizessem por mim.
Como sempre, nem o Francisco José Viegas, nem o Nuno Guerreiro me desiludiram.
Dizem o que tem de ser dito,sem aquela pontinha de ódio que eu, infelizmente, não consigo, por mais que tente, erradicar em mim.
O que posso acrescentar é que acredito que as coisas podem agora mudar. Não será amanhã, mas acredito sinceramente que vão mudar. Para melhor. Muito melhor.
Mas antes...isto: é fundamental ouvir o fórum TSF, e a antena aberta da Antena 1, sempre que se pode.
Porque dá uma ideia muito jeitosa da massa cinzenta nacional.
Mais: é seguramente melhor remédio que o Prozac. Porque rir, já se sabe, é sempre o melhor remédio.
A Antena 1 ouvi na diagonal e por isso retive pouco, mas da TSF retive bué de piadas.
O tema foi a decisão governamental de prolongar a missão d GNR no Iraque por mais três meses.
Retive essencialmente três opiniões.A de um deputado socialista ( falha-me agora o nome ) que explicou porque é que o PS estava contra o prolongamento, invocando as razões iniciais, ou seja, as de 2003. Até o Manuel Acácio, que aprecio, mas que é parcialíssimo, teve de lembrar ao senhor deputado que agora já há resoluções das Nações Unidas para a presença dos aliados no Iraque, assim como há acordo da UE, e que por isso já não se pode invocar a tal da "ilegalidade". Mas meter estas "piquenas" diferenças em cabeças formatadas de avanço é difícil; quiçá mesmo impossível. Quando se é do contra, apenas para ser do contra, nada há a fazer.
[ Também lá falou o patrão do fórum, o deputado Francisco Louçã, deve ter dito coisas giras e muito inteligentes e tal, mas eu a ele já nem o oiço: ele começa a falar e eu viro "perua" e preocupo-me imediatamente com o estado das minhas unhas ... abstraio-me portanto.]
Depois as opiniões de dois ouvintes. Um deles, muito zangado com a vida e com o mundo, disse o costume: que a culpa toda é dos americanos, que o governo português anda a mando dos americanos imperialistas; que se deviam todos preocupar com os problemas nacionais e deixar o resto do mundo de fora;e perguntava porque é que os americanos não invadiram Portugal na época do Salazar; ou a Espanha na época de Franco; se era porque cá não há pitroil , disse o senhor muito zangado.
Este senhor,é um bom exemplo de massa cinzenta: primeiro- não sabe o que significa Imperialismo e muito menos Império; mas pronto, se todos dizem ele diz também...
segundo- faz uma comovente homenagem ao velho regime, defendendo o "orgulhosamente sós";
terceiro- provou que percebe tanto de política como eu percebo de colónias de chatos nos tomates depois de uma noite de perdição numa casa de putas, ou seja, nada.O "pormenor" Comunismo falha-lhe. Mas provavelmente encaixa-lhe.
Mas ainda o que gostei mais foi a opinião de um outro ouvinte--cheio de boas intenções admito-o--( mas também todos sabemos , segundo o povo que tem quase sempre razão, do que é que o inferno está cheio... )defendeu que se deve mandar para o Iraque outras pessoas que não soldados! Não armas! Defendeu que Portugal mande para o Iraque gente ligada ao sector humanitário, como irmãs de caridade, mas não só: diz que se devia mandar para lá "filantropos e filósofos"(sic).
Hum...filósofos? Filósofos?!?!
Não. Sou contra.As irmãs de caridade e o Belmiro de Azevedo vá que não vá...
Mas filósofos nunca!
Ainda por cima portugueses! [ só me ocorre o marido da Bárbara e toda eu tremo... ]
Não achará o ouvinte que os iraquianos já sofreram que chegue?
Olá, amiguinhos!
Sorry pelo silêncio, but vim agorinha d'América e andei demasiado ocupada para escrever postes. Vocês , meus darlings , perdoam, yes? Right?
Porreiro!
Já cá venho contar-vos tudo o que sempre quiseram saber sobre Bush, Arafat, e as sapatarias da 5ª Avenida e nunca tiveram coragem de perguntar.